O QUE SÃO LAWTECHS E DE QUE FORMA ELAS ESTÃO MUDANDO A REALIDADE JURÍDICA
Talvez você já tenha escutado diversas vezes o termo Startups, pois é uma expressão muito utilizada para quem está acompanhando as inovações trazidas pela tecnologia. Todavia, você sabe o que é uma Lawtech? Conhece o que essas empresas fazem?
Pois bem! Nesse artigo explicaremos tudo sobre esse novo modelo de mercado jurídico e como essas empresas de tecnologia jurídica estão ajudando a conexão do mundo do direito com o universo 4.0.
Como todos sabemos o direito é uma ciência totalmente tradicional, pois busca sempre “manter a ordem”. Para quem vivencia a advocacia sabe que a maioria dos advogados tem aversão a tecnologia, tendo em vista que ela até a um tempo atrás não era necessária para o seu trabalho. Ocorre que no Brasil temos mais de setenta e oito milhões de processos em trâmite nos 90 tribunais brasileiros e nos 27 estados da Federação, 1,1 milhão de advogados e 900 mil estudantes de direito. Diante desse cenário, podemos concluir que temos uma estrutura jurídica complexa, sendo impensável acreditar que continuaremos levando a justiça a todos cidadãos se não tivermos uma base de transformação tecnológica.
Atualmente, passamos pela quarta revolução tecnológica e o que vemos é o impacto da tecnologia em todos os ramos da sociedade, entre eles o direito, que deve ser a última fronteira da transformação tecnológica.
Engenheiros, matemáticos, estatísticos, analistas de big data e programadores de algoritmos de extrema complexidade estão decifrando as entrelinhas dos raciocínios legais e oferecendo resultados em tudo semelhantes aos serviços de advogados, a um custo infinitesimalmente menor.
E dentro dessa revolução, sugiram as lawtechs, que são companhias (startups) que buscam conectar o mundo do direito com o universo 4.0. Esse termo surgiu da fusão de duas palavras em inglês. Law, que significa “lei” ou “jurídico”, e tech, que representa “tecnologia”. Aqui no Brasil também são conhecidas como legaltechs.
O principal objetivo das lawtecs é identificar e mapear as maiores deficiências do mundo jurídico, bem como entender as dores encaradas pelos profissionais do ramo. Isso vai desde questões próprias da área até atividades rotineiras, comuns a todos.
Hoje em dia as soluções criadas por essas startups atendem pelo menos sete segmentos, cada um voltado para uma área determinada. São eles: automação e gestão de documentos, analytics e jurimetria, conteúdo jurídico e consultoria, gestão de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos, extração e monitoramento de dados públicos, resolução de conflitos online e resolução de conflitos online.
A proposta dessas empresas é oferecer impactos positivos para o ecossistema jurídico. Ajudando a eliminar tarefas mecânicas de quem precisa usar tempo para pensar o direito (soluções jurídicas para os problemas dos clientes) ao invés de ficar repetindo; eliminar erros; tornar possível maior controle das atividades diárias; possibilitar criação de indicadores para avaliação de eficiência; resposta mais precisas aos clientes; e redução de custos.
O advogado não pode mais ser um profissional make job, ele precisa ampliar seus conhecimentos para além das questões jurídicas e desenvolver outras expertises, independentemente de sua área de atuação.
Bem, como demonstrado, a área de atuação das lawtechs é ampla e elas solucionam quase todos os problemas que profissionais jurídicos encontram em seus modelos de negócios. Negar sua utilização é abrir mão do melhor da atualidade.
Ainda é uma tarefa difícil a aceitação para a maioria dos profissionais e trilharemos um caminho complexo até a completa adaptação, pois hoje o operador do direito não está acostumado a inovar e empreender, nem se familiariza com os termos aderidos ou mindset da área. Pensar algo fora do modelo tradicional de escritório ainda é algo difícil de visualizar para a maioria.
Chegou o tempo em investirmos em inovação e entrarmos de cabeça na era 4.0.