Segurança, mobilidade e o “Toque de Recolher”
Já aprovada pela Câmara dos Vereadores em Várzea Grande, está em processo de avaliação pela Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, a proposta de lei complementar com a iniciativa de implantar o “Toque de Recolher”.
Avaliada pelas autoridades de segurança como medida que auxilia na redução da criminalidade e que em Várzea Grande aconteceu com apoio popular, o projeto foi levado pela Polícia Militar do estado ao Gabinete de Gestão Integrada, mas com intuito de que também seja uma indicação de iniciativa popular.
Mas se por um lado diminuir o consumo de bebidas alcoólicas fechando os estabelecimentos mais cedo parece reduzir a violência, diminuir a circulação de pessoas em determinados locais e horários pode ter o efeito inverso.
Pesquisas e experiências ao redor do mundo mostram que bairros (e cidades) de usos mistos – residências, escritórios / indústrias e entretenimento – tornam as ruas vivas com convívio permanente, fortalecendo não só os elos de vizinhança como criam a identidade local.
Aproximar governos e seus urbanistas, população e setor de bares e restaurantes pode ser a solução para intervenções levando a revitalizar e requalificar as ruas. Trazer os transportes públicos para a frente de lojas e restaurantes, com a instalação de pontos de ônibus e de taxis, por exemplo, fará com que os passageiros que aguardam sintam-se protegidos.
Poder transitar entre casa, trabalho e entretenimento no seu próprio bairro ou bem próximos, a qualquer hora, com calçadas largas, bem cuidadas e iluminadas, com facilidade de transporte público e estacionamento e ter todo o tipo de comércio de porta aberta, traz segurança e ainda melhora a qualidade de vida individual e coletiva, diminuindo o número de carros e a violência.
É preciso pensar e discutir essas propostas.